sexta-feira, dezembro 24, 2004
segunda-feira, dezembro 20, 2004
- Olá. Há quanto tempo. Quem é que conheces para estar aqui ?
- Bom, a senhora Capuleto é minha namorada.E tu ?
- Sou amiga da Ofélia.
- Estás sózinha ?
- Não. Vim com o namorado do Rei Lear.
sexta-feira, dezembro 17, 2004
quarta-feira, dezembro 15, 2004
Por favor, isto, por uma vez, não é leviano. Nietzche dizia dos amigos antigos- de quem se perde contacto mas que permanecem com uma imagem de nós ? que nos perseguem como fantasmas. Fantasmas daquilo que fomos para eles, daquilo que os assombra e em que acreditam ? mesmo que não seja verdade.
O mesmo com as palavras.O que dizemos, o que escrevemos agarra-se a nós pela única e injusta razão de que não temos alternativa. Em certa medida (ia dizer em todas, mas não quero ofender ninguém) somos o que dizemos e escrevemos. Pouco mais nos é permitido. E é tão pouco, e é tão bom.
Confesso que vivo obcecado com esta limitação.A história de "uma imagem vale mil palavras" é para mim uma falácia, porque simplesmente para ser válida tem de pelo menos valer uma. De que me vale uma brilhante fotografia de Walker Evans ou um quadro de Vermeer se eu não consigo traduzir o que me fazem ? A bem dizer, e aqui entre nós: nada. O pior é o que se segue: conseguimos traduzir o que nos faz ? A resposta honesta e desassombrada é - não. O que temos à disposição é pouco e nunca chegará. A boa notícia é que o prazer estético ? literário, visual, quotidiano ? é um prazer inútil e solitário e não tem que ser partilhado. A partir do momento que o é, deixa de o ser; ou seja, nunca corresponde ao que foi sentido. A história de " o poeta é um fingidor" aplica-se a todas as artes, sem excepção.
Em termos de palavra ? que pessoalmente é o que me interessa ? esta fractura foi notada primeiro pelo movimento anti-romântico. Quando Pound se quer livrar do "emotional slithe" (o lixo emocional), pede uma distanciação total da farsa do poeta confundido com os seus sentimentos. A poesia cerebral de Eliot ?com o Wasteland não por acaso editado por Pound ? é o apogeu dessa maneira de pensar. As palavras estão no seu lugar: certas, musicais, distantes ? mas reveladoras de quem as escreveu.
2.Tristan Tzara, Hans Arper, Marcel Duchamp e outros comparsas perceberam isso. Dada, mais do que uma reacção anti-arte (e das poucas verdadeiras rupturas radicais no século XX) é um jogo com o valor do que dizemos. A poesia fonética ? em que a palavra é reduzida a um som sem outro valor do que esse ? é uma tentativa desesperada e de salão de arranjar uma maneira de dizer o que se sente. A aldrabice oportunista dos surrealistas ? que, a partir de André Breton, deram método e institucionazaram o que já existia sem dar crédito a ninguém ? é a mesma tentativa mas com fundamentos filosóficos e marketing que Dada não tinha nem queria ter. Os dogmas surrealistas mataram o diletantismo do Cabaret Voltaire. E com isso o movimento que não o era, mas que provavelmente esteve mais perto da verdadeira intenção do criador em relação ao que cdriava desde as grutas de Altamira.
3. De regresso ao que interessa. Não foi por acaso que Magritte pintou a mais maquiavélica das armadilhas ? o quadro a que se chama "Ceci n?est pas ume pipe". Apesar de vermos um cachimbo inequivocamente à nossa frente, é para as palavras que nos dirigimos. Pior: é nelas que confiamos e sem hesitar nos pomos ao lado delas. Sabemos que o que vemos é um cachimbo; mas se está escrito que não é?
É esta extraordinária limitação e possibilidade simultânea que me faz estar deste lado. Ou seja: respeito e preciso de todos os modos de expressão que me possam oferecer.Gosto de cinema, pintura, teatro, o que quiserem. Mas sei que, mais tarde ou mais cedo, tudo cairá neste sucedâneo da Torre de Babel. Seja a reacção a uma obra-prima ou apenas a triste possibilidade de se dizer "amo-te".
É por isso que gosto e admiro quem supere este duríssimo desafio: dizer ou escrever, com o que todos conhecem, de maneira diferente e convincente. As palavras são o único território em que tudo foi explorado. Não há ambições a nada de novo, a não ser rearranjar o que há muito foi feito de modo a parecer sempre novidade. E isso é possível, e isso é que é lindo.
quarta-feira, dezembro 01, 2004
Chega.
Hoje é 1 de Dezembro. Falemos de coisas sérias.
terça-feira, novembro 30, 2004
quinta-feira, novembro 25, 2004
domingo, novembro 21, 2004
sábado, novembro 20, 2004
Sempre que possível, tentarei dar notícias (como se alguém se importasse...).O regresso fica marcado para o próximo dia 29, mas entretanto uma recomendação interesseira:
-vão ver o concerto de Rodrigo Leão em Lisboa ou no Porto;
-vão (mas vão mesmo) ver o concerto de solidariedade em que participam, entre outros, os Gaiteiros de Lisboa, Rodrigo Leão e um grupo de amigos a que chamam de Sétima Legião.No Fórum Lisboa, dia 26
O e-mail, entretanto, continua aberto.Too old for rock n' roll ? É o que veremos...
sexta-feira, novembro 19, 2004
sexta-feira, novembro 12, 2004
terça-feira, novembro 09, 2004
segunda-feira, novembro 08, 2004
quarta-feira, novembro 03, 2004
É por causa de atoardas como esta, que pululam por aí nas cabeças mais improváveis que - eu, que me distancio dos neo-cons da Admnistração, que muita trapalhada fizeram - acho que o resultado de hoje tem uma leve aura de justiça poética.
terça-feira, outubro 26, 2004
segunda-feira, outubro 25, 2004
NESSA
I met her on the first of August
In the Shangri-La Hotel,
She took me by the index finger
And dropped me in her well.
And that was a whirlpool,that was a whirlpool,
And I very nealy drowned.
Take off your pants, she said to me,
And I very nearly didn't;
Would you care to swim, she said to me,
And I hopped into the Irish sea.
And that was a whirlpool,that was a whirlpool,
And I very nealy drowned.
On the way back I fell in the field
And she fell down beside me.
I'd have lain in the grass with her all my life
With Nessa:
She was a whirlpool, she was a whirlpool,
And I very nearly drowned.
Oh Nessa my dear, Nessa my dear,
Will you stay with me on the rocks ?
Will you come for me into the Irish sea
And for me let your red hair down ?
And then we will ride into Dublin city
In a taxi-cab wrapped-up in dust.
Oh you are a whirlpool, you are a whirlpool,
And I am very nearly drowned.
«'There are only three things to be done with a woman',said Clea once.'You can love her,suffer for her, or turn her into literature'.I was experiencing a failure in all these domains of feeling» Justine, Lawrence Durrell.
Poder ler isto sem me rever nestes dias é uma bênção e um milagre que só tenho que agradecer a alguém.
segunda-feira, outubro 18, 2004
quarta-feira, outubro 13, 2004
Agora,
as arcas do tesouro estão vazias.
Vazia está a nossa vida.
O tempo é apenas isso:
grãos de ouro,
uma espécie de música que não perdura.
in Esta Voz É Quase O Vento, José Agostinho Baptista
Zé,sempre conversaremos em directo do lugar nocturno da amizade.
segunda-feira, outubro 11, 2004
sábado, outubro 09, 2004
domingo, outubro 03, 2004
sábado, outubro 02, 2004
sexta-feira, outubro 01, 2004
(post também dedicado à Isadora, que terminou agora de ler o The Heart Of The Matter)
quarta-feira, setembro 29, 2004
terça-feira, setembro 28, 2004
segunda-feira, setembro 27, 2004
terça-feira, setembro 21, 2004
sexta-feira, setembro 17, 2004
Excitado como uma criança provinciana, preparo-me para ir a New York pela primeira vez.Mas deve ser uma das cidades que melhor conheço...
E o maldito refrão dos Prefab Sprout que não me larga:
Hey Manhattan
here I am
Call me star-struck Uncle Sam.
Strolling Fifth Avenue
just to think Sinatra was here too...!
Talvez volte.
(ai volto volto, que tenho uma grande e linda razão para isso)
segunda-feira, setembro 13, 2004
(A propósito, Maria, conheces um extraordinário livro do David Lodge, Consciousness and the Novel ? Tem a ver com o fenómeno de "consciência" ou identidade individual do ser humano (ou a sua inexistência) e o seu papel na criação literária. Adorava saber a tua opinião.)
quinta-feira, setembro 09, 2004
quarta-feira, setembro 08, 2004
segunda-feira, setembro 06, 2004
Ce soir le vent qui frappe à ma porte
Me parle des amours mortes
Devant le feu qui s' éteint
Ce soir c'est une chanson d' automne
Dans la maison qui frissonne
Et je pense aux jours lointains
{Refrain:}
Que reste-t-il de nos amours
Que reste-t-il de ces beaux jours
Une photo, vieille photo
De ma jeunesse
Que reste-t-il des billets doux
Des mois d' avril, des rendez-vous
Un souvenir qui me poursuit
Sans cesse
Bonheur fané,
cheveux au vent
Baisers volés,
rêves mouvants
Que reste-t-il de tout cela
Dites-le-moi
Un petit village, un vieux clocher
Un paysage si bien caché
Et dans un nuage le cher visage
De mon passé
Les mots les mots tendres qu'on murmure
Les caresses les plus pures
Les serments au fond des bois
Les fleurs qu'on retrouve dans un livre
Dont le parfum vous enivre
Se sont envolés pourquoi?
Que reste-t-il de nos amours, Charles Trenet/Léo Chauliac
quinta-feira, setembro 02, 2004
'I suppose they try and make you believe an awful lot of nonsense?'
'Is it nonsense? I wish it were. It sometimes sounds terribly sensible to me.'
'But my dear Sebastian, you can't seriously believe it all.'
'Can't I ?'
'I mean about Christmas and the star and the three kings and the ox and the ass.'
'Oh yes, I believe that.It's a lovely idea.'
'But you can't believe things because they're a lovely idea.'
'But I do. That's how I believe.'
Evelyn Waugh, Brideshead Revisited, pág.84, edição Penguin, 1986
You're all about the music. Not too incredibly
mainstream, but not too incredibly underground.
It's awfully hard for anyone to oppose you,
seeing as how you rule.
What band from the 80s are you?
(via Bomba, que viu o Moody)
terça-feira, agosto 31, 2004
sábado, agosto 14, 2004
quinta-feira, agosto 12, 2004
quarta-feira, agosto 11, 2004
«Tudo desde sempre.Nunca outra coisa.Nunca ter tentado.Nunca ter falhado.Não importa.Tentar outra vez. Falhar outra vez. Falhar melhor.»
Pioravante Marche (Worstward Ho), Samuel Beckett, tradução de Miguel Esteves Cardoso.
Aplicar estas palavras às relações afectivas. À essência da vida humana.
domingo, agosto 08, 2004
terça-feira, agosto 03, 2004
segunda-feira, agosto 02, 2004
sábado, julho 31, 2004
sexta-feira, julho 30, 2004
quinta-feira, julho 29, 2004
terça-feira, julho 27, 2004
The Difficulty That Is Marriage
We disagree to disagree, we divide, we differ;
Yet each night, as I lie in bed beside you
And you are far away curled up in sleep
I array the moonlit ceiling with a mosaic of question-marks;
How was it I was so lucky to have ever met you ?
I am no brave pagan proud of my mortality,
Yet gladly on this changeling earth I should live for ever
If it were with you, my sleeping friend.
I have my troubles and I shall always have them
but I should rather live with you for ever
Than exchange my troubles for a changeless kingdom.
But I do not put you on a pedestal or throne;
You must have your faults, but I do not see them.
If it were with you, I shall live for ever.
(post escrito ao som de Detail For Paul, de Durrutti Column)
quarta-feira, julho 21, 2004
segunda-feira, julho 19, 2004
sábado, julho 17, 2004
sexta-feira, julho 16, 2004
«Lady Bracknell: (...) Crescer, ou ser criado, numa mala de viagem, com alças ou não, demonstra um desprezo pelas mais elementares decências da vida familiar que lembra os piores excessos da Revolução Francesa. E suponho que sabe aquilo a que esse infeliz movimento levou ? »
The Importance Of Being Ernest, Oscar Wilde
terça-feira, julho 13, 2004
O regresso, Joseph Conrad
domingo, julho 11, 2004
Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição
2. Triste é ver Ferro Rodrigues ou Helena Roseta espumarem de raiva e desconsolo, dizendo dislates como "estou arrependida de ter votado em Sampaio" e acusando-o de traição à familia socialista. Isto, mais do que revelar pobreza de espírito - o homem é chefe de estado - mostra os podres de um regime republicano, em que a mais alta figura da nação - supostamente o garante da independencia perante o poder executivo - terá sempre uma factura para pagar à sua base eleitoral. E assim tudo se torna mais dificil.
Quanto à aberração política que é Ana Gomes, por favor digam-lhe a que horas é o próximo avião para Bruxelas.
sexta-feira, julho 09, 2004
As piores palavras, as melhores:"quero", "sim", "não", "agora", "amo-te", "odeio-te", "adeus".
quinta-feira, julho 08, 2004
sexta-feira, julho 02, 2004
quinta-feira, julho 01, 2004
sexta-feira, junho 25, 2004
Mas para mim fica um travo amargo de ver, mais uma vez, os Três Leões perderem nos penalties, uma sombra negra que os persegue desde 1990 (e 92 e 96 e 98).
Seguiu-se a festa. com ingleses e portugueses, eu que estivera no Rossio depois da vitória frente à Croácia. E não me venham dizer que são todos hooligans e não sabem ver futebol. Até breve.There will always be an England.
sexta-feira, junho 18, 2004
-Mas é que não estão a jogar nada.
-Estão a jogar golfe na Quinta do Lago.É uma vergonha.
- É o calor.Estão 30 graus.Os rapazes não estão habituados a jogar em países sem condições para a prática do futebol.
-E os suiços, não têm calor ?
-...
- Olha, vai vai vai...GOOOOOOLOOOO!
segunda-feira, junho 14, 2004
O jogo foi o que se sabe: três minutos de pesadelo, um penalty falhado e uma amargura díficil de digerir. A Inglaterra não jogou mal, aguentou a pressão e foi ingénua.O mundo civilizado perdeu.Mas the lads in white ainda não estão acabados. Quinta-feira lá estaremos!
Eis um dos heróis do jogo, Paul Scholes.
segunda-feira, junho 07, 2004
If hands could free you, heart
If hands could free you, heart,
Where would you fly?
Far, beyond every part
Of earth this running sky
Makes desolate? Would you cross
City and hill and sea,
If hands could set you free?
I would not lift the latch;
For I could run
Through fields, pit-valleys, catch
All beauty under the sun--
Still end in loss:
I should find no bent arm, no bed
To rest my head.
Philip Larkin
quarta-feira, junho 02, 2004
No espaço de apenas algumas horas fui o homem mais feliz do mundo. Depois chegou a vida.
sábado, maio 29, 2004
terça-feira, maio 25, 2004
"Oh simple thing, where have you gone ?
I'm getting old and I need something to rely on"
Keane, Somewhere only we know
domingo, maio 16, 2004
E o que me vem à cabeça,e ao coração, assim de repente:
Had I the heaven's embroidered cloths,
Enwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half-light,
I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet;
Tread softly because you tread on my dreams.
William Butler Yeats
terça-feira, maio 11, 2004
EL DIA QUE ME QUIERAS (excerto)
Letra:Alfredo LePera
Música: Carlos Gardel
El día que me quieras
la rosa que engalana
se vestirá de fiesta
con su mejor color.
Y al viento las campanas
dirán que ya eres mía,
y locas las fontanas
se contarán su amor.
La noche que me quieras
desde el azul del cielo,
las estrellas celosas
nos mirarán pasar.
Y un rayo misterioso
hará nido en tu pelo,
luciérnaga curiosa que verás
que eres mi consuelo.
El día que me quieras
no habrá más que armonía.
Será clara la aurora
y alegre el manantial.
Traerá quieta la brisa
rumor de melodía.
Y nos darán las fuentes
su canto de cristal.
El día que me quieras
endulzarán sus cuerdas
el pájaro cantor.
Florecerá la vida,
no existirá el dolor.
La noche que me quieras
desde el azul del cielo,
las estrellas celosas
nos mirarán pasar.
Y un rayo misterioso
hará nido en tu pelo.
Luciérnaga curiosa que verás
que eres mi consuelo.
sexta-feira, maio 07, 2004
Come Back To Camden, do último disco de Stephen Patrick Morrisey, é vintage Morrissey. Ouvir em repeat mil vezes. Ou, enquanto o disco não chega, saboreá-la aqui.
Come Back To Camden
There is something I wanted to tell you,
It's so funny you'll kill yourself laughing
But then I, I look around,
And I remember that I am alone, alone. For evermore
The tile yard all along the railings,
Up a discoloured dark brown staircase
Here you'll find, despair and I,
Calling to you with what's left of my heart, my heart, For evermore
Drinking tea with the taste of the Thames,
Sullenly on a chair on the pavement
Here you'll find, my thoughts and I,
And here is the very last plea from my heart
My heart. For evermore,
Where taxi drivers never stop talking
Under slate grey Victorian sky,
Here you will find, despair and I
And here I am every last inch of me is yours, yours. For evermore
Your leg came to rest against mine,
Then you lounged with knees up and apart
And me and my heart, we knew, We just knew. For evermore
Where taxi drivers never stop talking,
Under slate grey Victorian sky
Here you'll find, my heart and I,
And still we say come back, come back to Camden
And I'll be good, I'll be good, I'll be good, I’ll be good
quarta-feira, maio 05, 2004
Gosto e preconizo.Assim, isolado como um aforismo, verdade absoluta e privada.
Programa do Festival de Lisboa para 18 de Julho
Deep Purple
Status Quo
Cheap Trick
Scorpions
Será 18 de Julho de 1982???
e pede-me ele um comentário a isto.Eu sei lá!! Depois dos Doors, agora com os MC5 (que têm o guitarrista e o vocalista mortos e os restantes membros da banda em sério risco), este belo país está cada vez com maior vocação para cemitério de elefantes.
terça-feira, maio 04, 2004
- Vocês já viram os golfinhos do Ganges ?
- Não há golfinhos no Ganges.
-Há sim senhora.Se há no Sado,porque é que não havia de haver no Ganges?
-E são um sub-género. Eu vi ontem num documentário.
- Sobre golfinhos do Ganges ?
-Sobre natureza. E comem membros humanos de cadáveres que apodrecem no rio.
-Que horror, que nojo!
-Também acho. Não sei como é que alguém se pode lavar naquele rio.
-Fiz a pesquisa na net e já vi os golfinhos. São giros.
-E vocês sabem qual é o maior acelerador da Natureza?
-Não. Quem, quem ?
-A pulga. Dá saltos desproporcionais para o seu tamanho. Só que é cega.
Às vezes adoro a minha profissão.
sexta-feira, abril 30, 2004
quarta-feira, abril 28, 2004
"I-I thought of that old joke, you know, this-this-this guy goes to a psychiatrist and
says, "Doc, uh, my brother's crazy. He thinks he's a chicken." And, uh, the doctor says, "Well, why don't you turn him in?" And the guy says, "I would, but I need the eggs." Well, I guess that's pretty much how how I feet about relationships. You know, they're totally irrational and crazy and absurd and ... but, uh, I guess we keep goin' through it because, uh, most of us need the eggs."
in Annie Hall (1977), escrito por Woody Allen e Marshall Brickman, realizado por Woody Allen
terça-feira, abril 27, 2004
Há guerra, orações, silêncio e quezília, festa e solidão.Há céu, mar, vazio, invasão insuportável, tudo sem justificação objectiva.Há antecipação.Há estes sintomas e mais outros, a que aspiramos mas que receamos.Que reconhecemos mas, se tudo correr bem, haveremos sempre de desconhecer.
segunda-feira, abril 26, 2004
The Dante's Inferno Test has banished you to the Second Level of Hell!
Here is how you matched up against all the levels:
Level | Score |
---|---|
Purgatory (Repenting Believers) | Moderate |
Level 1 - Limbo (Virtuous Non-Believers) | Very Low |
Level 2 (Lustful) | Very High |
Level 3 (Gluttonous) | High |
Level 4 (Prodigal and Avaricious) | Moderate |
Level 5 (Wrathful and Gloomy) | Low |
Level 6 - The City of Dis (Heretics) | Very Low |
Level 7 (Violent) | Moderate |
Level 8- the Malebolge (Fraudulent, Malicious, Panderers) | High |
Level 9 - Cocytus (Treacherous) | Low |
Take the Dante's Inferno Test
Falling And Laughing
You may think me very naive
Taken as true
I only see what I want to see
Avoid eye contact at all costs
What can I do
To see your fine teeth smiling at me
I'm not saying
That we should build a city of tears
All I'm saying
Is I'm alone and consequently
Only my dreams satisfy the real need of my heart
I resist
You say that there's a thousand like you
Maybe that's true
I fell for you and nobody else
So I'm standing here so lonely
What can I do
But learn to laugh at myself
I'm not saying
That we should build a city of tears
All I'm saying
Is I'm alone and consequently
Only my dreams satisfy the real need of my heart
I resist
Fall falling falling again
Cos I want to take the pleasure with the pain
Fall falling - falling again
Cos I want to take
The pleasure with the pain
Falling and laughing
Falling and laughing
Falling and laughing
Falling and laughing
Edwin Collins, 1981
NB:Corrigi a primeira versão da letra, que estava incorrecta.Obrigado ao Mário que me concedeu a letra como deve ser. De facto assim faz sentido.Eu sabia que aqui havia gato...
quinta-feira, abril 22, 2004
Home is so sad
Home is so sad. It stays as it was left,
Shaped in the comfort of the last to go
As if to win them back. Instead, bereft
Of anyone to please, it withers so,
Having no heart to put aside the theft.
And turn again to what it started as,
A joyous shot at how things ought to be,
Long fallen wide. You can see how it was:
Look at the pictures and the cutlery.
The music in the piano stool. That vase.
Philip Larkin
quarta-feira, abril 21, 2004
segunda-feira, abril 19, 2004
sexta-feira, abril 16, 2004
quinta-feira, abril 15, 2004
2. Olá, Paulo!
terça-feira, abril 13, 2004
segunda-feira, abril 12, 2004
quinta-feira, abril 01, 2004
segunda-feira, março 22, 2004
No mundo quis um tempo que se achasse
No mundo quis um tempo que se achasse
o bem que por acerto ou sorte vinha;
e, por experimentar que dita tinha,
quis que a Fortuna em mim se experimentasse.
Mas por que meu destino me mostrasse
que nem ter esperanças me convinha,
nunca nesta tão longa vida minha
cousa me deixou ver que desejasse.
Mudando andei costume, terra e estado,
por ver se se mudava a sorte dura;
a vida pus nas mãos de um leve lenho.
Mas (segundo o que o Céu me tem mostrado)
já sei que deste meu buscar ventura,
achado tenho já, que não a tenho.
sexta-feira, março 19, 2004
segunda-feira, março 15, 2004
sexta-feira, março 12, 2004
quinta-feira, março 11, 2004
sexta-feira, fevereiro 06, 2004
Love,we must part now:do not let it be
Calamitous and bitter.In the past
There has been too much moonlight and self-pity:
Let us have done with it:for now at last
Never has sun more boldly paced the sky,
Never were hearts more eager to be free,
To kick down worlds, lash forests;you and I
No longer hold them;we are husks, that see
The grain growing forward to a different use.
There is regret. Always, there is regret.
But it is better that our lives unloose,
As two tall ships, wind-mastered, wet with light,
Break from an estuary with their courses set,
And waving part, and waving drop from sight.
*citação de Jeff, um dos personagens da série Coupling
quarta-feira, fevereiro 04, 2004
Nem vou falar dos erros de marketing político óbvios que este extraordinário cartaz carrega - o maior dos quais é dar justamente notoriedade a Santana Lopes. E não falo porque há mais para dizer: para quem está constantemente a esticar o pescoço e atacar outros de demagógicos e populistas, este cartaz cai como ginjas. Uma criancinha a chorar pelos pais (e acreditem, eu tenho filhos e sei a angústia que é), atrasados por obra e graça do maléfico Santana - como todos sabemos o inventor dos engarrafamentos lisboetas. Se isto não é demagógico e populista, não sei o que será.
Não sou particular adepto dos ridiculos esforços publicitários do autarca. Aqueles "Já reparou ..." são para rir. Agora isto toca as raias do absurdo, para não dizer incompetente. Santana deve estar a esfregar as mãos de contente.
sexta-feira, janeiro 30, 2004
Tudo isto para dizer que graças à simpatia do Fernando Alvim, conheci mais um pequeno herói:Richard Cheese.É fancaria no seu melhor, Las Vegas levada ao paroxismo musical, dry martinis e smokings pela noite fora - e isso é muito bom. Com uma alegre crueldade, Cheese desmembra canções icónicas como Closer, dos Nine Inch Nails, ou, hum, Material Girl de Madonna, e transforma-as em néon e plástico , assim revelando a sua fragilidade. Muito bem ajudado pelo seu combo de eleição - os aptamente chamados Lounge Against The Machine - , Cheese monta um espectáculo feito de inteligência e humor. Os mais sortudos podem vê-lo hoje no Via Rápida, no Porto;os outros podem conhecê-lo aqui. Peguemos então nos shakers e, de copo na mão, lancemos o grito de guerra:LOUNGE AGAINST THE MACHINE!
quinta-feira, janeiro 29, 2004
segunda-feira, janeiro 26, 2004
sábado, janeiro 17, 2004
terça-feira, janeiro 13, 2004
A partir de certa altura – certa idade ? – suspiramos por uma ditadura, um regime autoritário que diga ao nosso coração:"é desta que vais gostar". E melhor ainda: "é essa que vai gostar de ti".
Admito até a hipótese do amor não correspondido: "Vais adorar essa mulher, mas ela não te vai ligar pêva. E tu, mesmo assim, vais insistir, mesmo sem esperança".
A sério.Era mais justo. No que respeita ao amor não correspondido, já passei por vários. Mas de facto, é uma dor privada e segura, como diz o Alain de Botton no Essays In Love, e mil vezes mais fácil do que o amor correspondido, que nos deixa atarantados. Além deste axioma, e nesta matéria, existe sempre a canção exemplar do Glad To Be Unhappy, com letra do maior génio das palavras em melodias, Lorenz Hart. Vêde o que ele diz:
Unrequited love’s a bore
And I’ve got it pretty bad.
But for someone you adore,
It’s a pleasure to be sad.
Aqui está: é uma dor intima, auto-gerida, mas que no fundo nos dá o prazer de saber que somos capazes de amar.
O pior vem quando inesperadamente elas dizem sim. "Sim"? Como, sim?", perguntamo-nos nós aterrorizados. Estava tudo muito bem quando ela era a nossa deusa – distante, omnipotente, perfeita, concebida para a adoração. Mas quando ela diz sim, desce ao nosso nível – ou nós temos de subir ao dela. E isso é estranhíssimo, e pode levar aos maiores equivocos.
É por isso que seria mais fácil se um metafísico ditador benigno – género Mussolini – se encarregasse de tudo, avisasse e não nos deixasse quaisquer opções. O mundo ficaria livre de crimes passionais e pouparia a muita gente tempo e angústias. Meu Deus, porque nos reservaste o livre-arbitrio para as piores ocasiões ?
escrito a 13 de Janeiro de 2004
Para o que não estávamos preparados foi para receber criaturas que julgávamos perdidas em 84.Mas estavam lá, com pouco mais de vinte anos, vestidas de negro e com uma pergunta recorrente e lapidar, depois de termos passado Joy Division:"Não há mais Joy for the boy?".
E se vos conto isto é porque ainda acordo a meio da noite.