sexta-feira, outubro 31, 2003
NÃO HÁ QUE ENGANAR O meu querido amigo Tomás, psicólogo "quase psicanalista", segundo a sua hilariante descrição, é, como eu e por motivos vários, um amante da Ericeira. Enviou-me há pouco um mail onde diz que conta ir ver amanhã "as ondas de oito a nove metros, como anunciam no teletexto da RTP, página 576". Só para que não haja dúvidas.
AGARREM QUE É LADRÃO Às vezes, por preguiça ou desleixo, procuro noutros lados aquilo que gostaria de dizer, ou contradizer, ou apenas algo de que gosto. Roubei descaradamente este post às chicas do Pepe'R'Us. É um excerto, que é para irem ver o resto.
(...) as perdas não são, de facto curadas pelo tempo, mas são saradas! O tempo ajuda a retomarmos o caminho que achávamos perdido e neste processo, com sorte ou não, inclui-se o encontro com outra ou outras pessoas. A perda é sarada porque a dor da recordação não passará, muitas vezes, na sua totalidade, mas é possível fazer a passagem do nunca mais (que será possivelmente a expressão mais dolorosa da perda, do fim) para o que sempre foi: o eu vivi, ouvi, disse...as recordações que ainda que tragam saudades existem apenas no momento em que aconteceram, sem qualquer pretensão de se instalarem no que vivo, ouço, digo...
Consuelo
(...) as perdas não são, de facto curadas pelo tempo, mas são saradas! O tempo ajuda a retomarmos o caminho que achávamos perdido e neste processo, com sorte ou não, inclui-se o encontro com outra ou outras pessoas. A perda é sarada porque a dor da recordação não passará, muitas vezes, na sua totalidade, mas é possível fazer a passagem do nunca mais (que será possivelmente a expressão mais dolorosa da perda, do fim) para o que sempre foi: o eu vivi, ouvi, disse...as recordações que ainda que tragam saudades existem apenas no momento em que aconteceram, sem qualquer pretensão de se instalarem no que vivo, ouço, digo...
Consuelo
quinta-feira, outubro 30, 2003
O CRIME COMPENSA! Estas meninas já se redimiram. Conheci duas delas no último É cultura, estúpido!. Não lhes bastava escreverem com graça, livres e bem: ainda por cima são bonitas e simpáticas. E escusam de vir dizer que exagero. Eu é que agradeço.
quarta-feira, outubro 29, 2003
ORGULHO NO ESTÁDIO NOVO É hije que o velho Calhabé se transforma definitivamente no Estádio Cidade de Coimbra (um dispensável concerto dos Rolling Stones não é ocasião para ninguém se orgulhar). Hoje a Académica joga com o Benfica, e está prometida casa cheia. Seja qual fôr o resultado (e eu espero que seja vários a zero, a favor do meu clube, o das camisas negras), a partida já está ganha. E por isso, despudoradamente, aqui fica o meu grito da semana, apaixonado e renascido: BRIOOOOSA !
domingo, outubro 26, 2003
LUGARES ONDE Um intervalo na superfície dos dias. Ir revisitar lugares onde nunca se esteve mas que se reconhece, pelo olhar de alguém, pela ausência de alguém. Lugares de que sentimos saudades sem nunca lá termos estado, mas que não conseguem sair da nossa alma, não importa a força com que o tentemos. Lugares, palavras mágicas e tristes, que nos levam ao que queríamos conhecer e que por incúria ou incapacidade, perdemos. Lugares onde queremos um dia voltar, sem nunca de lá termos partido.
MACHICO
Nos altos cimos do aquário atlântico
os barcos acendeiam os outros barcos
deslumbram-se, à distância da vila
no ocre das suas lágrimas. Pelo fim
do mar de maio, quando o negro de uma
traineira
esfuma o incandescente azul.
Viu tudo o que tinha feito até então:
e era muito bom.A luz
dos caranguejos sobre as lapas.
E crescem os ramos cimeiros
e cantam para nós a ilusão que se
apoderados pequenos fortes.
As estreitas ruas da ribeira correm
de margem a margem guardam a indolência
no extremo do cais
a ave ergue o impensado vôo, pássaro
rumo à distante origem,
levanta, atrás de si, incontáveis gerações.
João Miguel Fernandes Jorge
MACHICO
Nos altos cimos do aquário atlântico
os barcos acendeiam os outros barcos
deslumbram-se, à distância da vila
no ocre das suas lágrimas. Pelo fim
do mar de maio, quando o negro de uma
traineira
esfuma o incandescente azul.
Viu tudo o que tinha feito até então:
e era muito bom.A luz
dos caranguejos sobre as lapas.
E crescem os ramos cimeiros
e cantam para nós a ilusão que se
apoderados pequenos fortes.
As estreitas ruas da ribeira correm
de margem a margem guardam a indolência
no extremo do cais
a ave ergue o impensado vôo, pássaro
rumo à distante origem,
levanta, atrás de si, incontáveis gerações.
João Miguel Fernandes Jorge
OBRIGADO Agora que regressei à normalidade, e recomposto dos exagerados encómios que por aí pululam sobre a minha apresentação do diário pipiano, apenas me resta agradecer sinceramente. E lamentar, outra vez, não ter conhecido pessoas que leio e admiro e que lá estiveram. Fui assim um desapontamento tão grande, ou mera timidez ? Também estou a falar convosco, meninas!