terça-feira, junho 24, 2008
No fundo, a única razão de ser e suporte deste blogue
«Amar uma pessoa por aquilo que ela escreve é amá-la por aquilo que ela não é. Amamos sempre os outros por aquilo que nós somos (para eles, às vezes), não por aquilo que os outros são.»
Aqui, claro.
«Amar uma pessoa por aquilo que ela escreve é amá-la por aquilo que ela não é. Amamos sempre os outros por aquilo que nós somos (para eles, às vezes), não por aquilo que os outros são.»
Aqui, claro.
domingo, junho 22, 2008
O jogo
Não sei se repararam (e se não o fizeram só diz bem de vocês, hypocrites lecteurs, mes semblables, mes fréres*) mas este blogue tem-se destacado pela ausência de comentários ao Euro-2008. Não por súbito desinteresse da bola; mas sobretudo porque preferi sofrer com a selecção nacional em privado e reservar o meu blindado scolari-cepticismo para os que me estão próximos. Felizmente, por momentos fui surpreendido; infelizmente no final continuei a ter razão.
Por outro lado é conhecida a minha esquizofrenia anglófila, que muito sofreu com a ausência - merecida, por responsabilidade única de Steve McLaren - da selecção dos Três Leões. Sou português para o bem e para Luiz Felipe Scolari. Mas hoje tinha que quebrar o jejum, porque vi o Itália-Espanha.
Parece-me cada vez mais claro que as regras do futebol foram criadas por oposição àquilo que os italianos jogam. Valdano escrevia há pouco tempo que a a Itália sabe «competir», por contrário a «saber jogar». E francamente isso não me interessa. O futebol é um jogo - aleatório, injusto por definição, falível. Os italianos vêem-no como modalidade. E nisso são os melhores, confesso, o que não impede o bocejo que é o seu futebol.
O jogo de hoje foi exemplar: num campo praticamente de sentido único a «competição« dos transalpinos não lhes serviu de nada. Os espanhóis, não jogando por aí além, esforçaram-se. Os italianos, como sempre, jogaram com apenas metade das regras - aquelas que regem o jogo defensivo. Rubbish.
Nada disto seria importante se na selecção italiana - e nas suas equipas - não pontificassem alguns dos melhores jogadores do planeta. Acreditem que ninguém como eu sentiu a ausência de Pirlo, um dos melhores jogadores que tive a sorte de ver na plenitude dos meus sentidos. Mas oh meu Deus, dia feliz este, em que vão para casa.
A FIFA ou a UEFA deveriam ter uma regra especial para o futebol italiano - deixavam-nas permanecer em torneios até aos quartos-de-final e depois iam para casa, independentemente do resultado ou da «justiça» do jogo. Deus sabe que este último conceito é totalmente desconhecido aos ragazzi. Hoje, curiosamente, houve essa «justiça»; venceu o jogo em vez da competição. Eu sei que é dificil, mas deveria ser sempre assim.
Agora vou rever a Rússia, essa anti-Itália que se claudicar é por falta de experiência.
*Frase vencedora do troféu Baudelaire Metido A Martelo Num Post Sobre Bola 2008.
Não sei se repararam (e se não o fizeram só diz bem de vocês, hypocrites lecteurs, mes semblables, mes fréres*) mas este blogue tem-se destacado pela ausência de comentários ao Euro-2008. Não por súbito desinteresse da bola; mas sobretudo porque preferi sofrer com a selecção nacional em privado e reservar o meu blindado scolari-cepticismo para os que me estão próximos. Felizmente, por momentos fui surpreendido; infelizmente no final continuei a ter razão.
Por outro lado é conhecida a minha esquizofrenia anglófila, que muito sofreu com a ausência - merecida, por responsabilidade única de Steve McLaren - da selecção dos Três Leões. Sou português para o bem e para Luiz Felipe Scolari. Mas hoje tinha que quebrar o jejum, porque vi o Itália-Espanha.
Parece-me cada vez mais claro que as regras do futebol foram criadas por oposição àquilo que os italianos jogam. Valdano escrevia há pouco tempo que a a Itália sabe «competir», por contrário a «saber jogar». E francamente isso não me interessa. O futebol é um jogo - aleatório, injusto por definição, falível. Os italianos vêem-no como modalidade. E nisso são os melhores, confesso, o que não impede o bocejo que é o seu futebol.
O jogo de hoje foi exemplar: num campo praticamente de sentido único a «competição« dos transalpinos não lhes serviu de nada. Os espanhóis, não jogando por aí além, esforçaram-se. Os italianos, como sempre, jogaram com apenas metade das regras - aquelas que regem o jogo defensivo. Rubbish.
Nada disto seria importante se na selecção italiana - e nas suas equipas - não pontificassem alguns dos melhores jogadores do planeta. Acreditem que ninguém como eu sentiu a ausência de Pirlo, um dos melhores jogadores que tive a sorte de ver na plenitude dos meus sentidos. Mas oh meu Deus, dia feliz este, em que vão para casa.
A FIFA ou a UEFA deveriam ter uma regra especial para o futebol italiano - deixavam-nas permanecer em torneios até aos quartos-de-final e depois iam para casa, independentemente do resultado ou da «justiça» do jogo. Deus sabe que este último conceito é totalmente desconhecido aos ragazzi. Hoje, curiosamente, houve essa «justiça»; venceu o jogo em vez da competição. Eu sei que é dificil, mas deveria ser sempre assim.
Agora vou rever a Rússia, essa anti-Itália que se claudicar é por falta de experiência.
*Frase vencedora do troféu Baudelaire Metido A Martelo Num Post Sobre Bola 2008.