sexta-feira, junho 21, 2013

«Modern life is rubbish»

Lembrei-me de uma frase engraçada. Não sei onde a colocar: aqui, no Facebook ou no Twitter?

Regressar onde se foi feliz


Tanto hesitei em regressar a este território. Mas insisti em convencer-me que se trataria de um acto de resistência, um anacronismo diletante que acabaria num depoimento contra ou a favor dos dias, contra ou a favor da impossibilidade das palavras.

Não chegou. Disse então a mim próprio que seria um pretexto para dar visibilidade às palavras de quem vive delas e agora não consegue viver, por capricho desditoso do nosso tempo. Sem lamentos: se me pedem para escrever de graça, ao menos que seja eu a fazê-lo à minha custa (e, receio, à do leitor).
Mas depois. Depois esta surpresa, estas emoções confusas de, três anos mais tarde, voltar a enfrentar uma vida que ficou a pairar num limbo virtual. A vida, mesmo quando disfarçada ou em raros momentos, à flor da pele. A perplexidade que existe sempre que revemos o eterno prefácio de nós próprios que o ontem oferece. A indignação divertida do «não é possível!»; a constatação não tão divertida do «antes escrevia muito melhor», ou «era menos amargo».

Não interessa. Mais um regresso, com tudo o que isso significa e me fascina: a possibilidade voltar a partir.
Formalmente, poucas são as mudanças: uma barra de links em actualização, um novo mail, um novo lema retirado dos versos de António Freitas para um fado de Amália e que é um credo pessoal e blindado.
Não há desculpas nem expectativas. Quem quiser entrar e seguir na viagem é bem-vindo. Não sei quanto tempo irá durar. Mas desconfio que essa incerteza faz parte do que me move.


NMG