domingo, julho 11, 2004

SAMPAIO DID DA RIGHT THING! 1.Sabia-se que fosse qual fosse a decisão o presidente, as divisões surgiriam. O que decidiu e os argumentos que apresentou - pela primeira vez nun discurso límpido e correcto, mesmo contando com a desesperada ameaça de "vigilância" para apaziguar a esquerda - foi o mais sensato. A questão da legitimidade deste governo não é para mim cavalo de batalha, ainda para mais quando há uma solução institucional consagrada na lei fundamental do país, que foi aprovada por representantes eleitos por voto secreto, directo e universal. E nem Santana Lopes se me afigura como ameaça terrível ao funcionamento da democracia. Pessoalmente, não o escolheria - não lhe conheço nenhuma ideia política, apenas decisões um pouco diletantes. Mas a alternativa era bastante pior, e não é pelo homem gostar de mulheres ou sair à noite que seremos pior governados. Gostaria sim, que a Direita tivesse uma alternativa mais credível. Não tem: e para um institucionalista como eu, a solução que se encontrou foi a melhor.

2. Triste é ver Ferro Rodrigues ou Helena Roseta espumarem de raiva e desconsolo, dizendo dislates como "estou arrependida de ter votado em Sampaio" e acusando-o de traição à familia socialista. Isto, mais do que revelar pobreza de espírito - o homem é chefe de estado - mostra os podres de um regime republicano, em que a mais alta figura da nação - supostamente o garante da independencia perante o poder executivo - terá sempre uma factura para pagar à sua base eleitoral. E assim tudo se torna mais dificil.
Quanto à aberração política que é Ana Gomes, por favor digam-lhe a que horas é o próximo avião para Bruxelas.

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