Onde se dá conta que o ano de 2007 concordou em muito com o senhor Dickens; seguido de balanços fúteis e egocêntricos muito do agrado dos leitores.
"It was the best of times, it was the worst of times": nunca um dos mais famosos inícios da literatura coincidiu tanto, de um ponto e vista pessoal, com o ano que agora definha. E atenção, que isto não é bom. É sempre perigoso quando a arte se plasma à vida, aos dias que passam. Tende-se a julgar que uma é a outra e como resultado esteticizamos o quotidiano ou, o que é pior, passamos a ler com gosto os neo-realistas. Mas divago.
Foi um ano de grandes perdas, muito próximas; e de grandes esperanças também, daquelas que julgamos perdidas para sempre num qualquer passo mal medido. Foi um ano de luta, de falhanços constantes e nem sempre melhores, de confirmações da natureza humana, de incredulidade perante o facto de afinal caber sempre mais alguém no condomínio privadíssimo dos afectos. Foi o melhor, o pior dos tempos. E assim será, outras vezes: chama-se a isso viver.
Ao que interessa:
e
e outra vez todos de Sinatra.
Nos livros (lidos em 2007, atenção),
O mal no pensamento moderno, de Susan Neiman;
Diary of a bad year, JM Coetzee
What's left, Nick Cohen
Os despojos da Aliança, Pedro Aires Oliveira
Concerto:
Rufus Wainwright no Coliseu de Lisboa
Blogues
Este e os do costume: Tiago Galvão (com a sua intrigante definição de pessoas de sucesso), Pedro Mexia, Pedro Lomba, Tiago Cavaco, Carla, Lourenço Cordeiro, Rogério Casanova, o "meu" 31, a Laura, as meninas das Conversas de Guardanapo, a Mónica "Mônica", longe no Leblon, maradona e as batalhas sobre a supremacia britânica entre bichos estranhos, o Francisco José Viegas,a rainha Margot e seus confettis, a Kat sem tabus mas com vegetais, Miss Pearls, Corta-Fitas e outros tantos que de momento não me lembro.
Personalidade do ano:
o anónimo dos comentários.
A todos, obrigado. A ver se aguentamos 2008. Bom Ano Novo.