sexta-feira, novembro 02, 2007

Então agora assuntos sérios:
a célebre corrente 161, que me foi gentilmente inoculada por esta senhora e este cavalheiro. A quinta frase da página 161 de um livro que ando a ler e que me está mais geograficamente acessvel as I write é

«His eyes were heavy and dull, with a film of moisture across them and a rim of white along the lower lids»

Acredite-se ou não, é retirado do excelente Michael Palin Diaries: 1969-1979, The Python Years. É preciso gostar do registo diarístico, como eu gosto. O livro mostra, entre outras coisas, as diferentes personalidades dos Monty Python (o conciliador e pau-para -toda-a-obra Palin, o diligente e desconfiado Terry Jones, o hedonista e alcoolico atormentado Graham Chapman, o brilhante mas cauteloso Eric Idle, o perfeccionismo patológico de John Cleese, a inesperada empatia [do meu ponto de vista] de Terry Gilliam. Pelo meio há histórias familiares, episódios delirantes, diálogos ouvidos em vários lugares que são praticamente sketches, a Inglaterra dos anos 70, o clima de medo pelos atentados constantes do IRA,a relação com o sucesso e sobretudo - onde me encontro agora - o choque cultural com os Estados Unidos. Adoro o episódio em que os Python conhecem Leonard Bernstein sob os flashes de dezenas de fotógrafos e o vaidosissimo Bernstein pede a Cleese e Idle para fazerem ali parte de um sketch. Resposta imediata de Idle:
« Claro que sim, desde que nos cante um bocadinho de Beethoven»
A frase citada refere-se ao pai de Palin, que sofria de Parkinson.
Causas fracturantes
Há muito tempo que a caixa de mail não estava tão cheia, com conhecidos e anónimos a responderem com prontidão ao meu apelo desesperado: a morena da bola na RTP, quem é?
É esta: Inês Gonçalves, que se coloca aqui para gáudio geral. Admiro sinceramente as qualidades da moça e não o digo ironicamente. Ah, fale-se de bola ou raparigas ou uma relação entre as duas e, olhai!, o povo mobiliza-se. É tão bonito.

Inês Gonçalves at work. Os vossos aplausos.

quarta-feira, outubro 31, 2007

Doces obsessões

Head Home ,dos Midlake, sob imagens de Tess.
Isto sim, é uma corrente!
E aquela moça que apresenta o futebol, primeiro na RTP-N agora na RTP grande, morena e com uns impossiveis olhos azuis? Hã? Estais todos cegos?

(se alguém me disser o nome da moça, que agora se me escapa, agradeço. Essa e outras informações relevantes para o mail acima.Obrigado)
E quando pensavam que o prof.Lamechas tinha para sempre partido...
...eis-me de volta, para uma pérola absolutamente lacrimejante e inevitável. Escrita e cantada originalmente por Serge Lama, Je Suis Malade é o retrato clínico-lamechas do abandono amoroso, com uma melodia em crescendo e um extraordinário refrão de imbatíveis capacidades sacarinas. E ainda por cima a canção é muito boa. Esta versão é um duo com a diva Dalida, que tenta sem sucesso destruir a letra com o seu famoso sotaque balcânico. Mas o que é bom resiste a tudo - até resistiu à Lara Fabian... Resista agora você se puder.
«Maybe not today, maybe not tomorrow but soon and for the rest of your life»,
a resposta deste blogue à corrente da moda: a da página 161. O mundo treme de ansiedade.





(estou numa redacção, meus amigos. E como se sabe, jornalista não lê. Aguentai um pouco)

terça-feira, outubro 30, 2007

Zero a zero.
No passado sábado, sob um sol de Outubro glorioso, três gerações de Guedes sentaram-se na central inferior do estádio do Restelo para assistir ao «clássico» Belenenses-Académica. Para os dois mais velhos, era uma revisitação de tempos antigos, quando as bancadas estavam cheias e, para o Guedes do meio, tudo era visto com olhos de espanto. Para o Guedes mais novo – que usou o cachecol da Académica sob protesto, alegando ser do Sporting, ao que o seu ascendente directo respondia com a magnanimidade que o caracteriza que «era uma fase», passando para o mais dramático «só por cima do lindo cadáver do papá» - , dizia, para o Guedes mais novo tudo era o primeiro verde, as primeiras camisolas, as primeiras emoções. Descoberta contra nostalgia: previsivelmente o jogo acabou zero a zero.
«Manners before morals»,
é a divisa desta casa, que se defende até ao último estertor. Daí reconhecer que tenho sido um mau menino: são devidas as actualizações aos excelentes blogues da minha amiga Laura e do nada discreto maradona (esse template...como direi?, distrai), resultados da inteligente OPA que o SAPO (a SAPO?) anda a fazer. E since we're at it, e eu nunca irei ter lista de links, um que já demorava: o Gattopardo, dos Pedros. Prefiro a política bem escrita à política bem feita.
Estas coisas valem o que valem (ou seja, népia)
...mas é sempre um prazer descobrir que sou o 383º melhor blogue escrito em português (por oposição aos escritos em esperanto, talvez). E logo atrás de mim, O Meu Pipi. Isto sim, uma flagrante injustiça.