domingo, abril 08, 2007

A DIGNIDADE DA ALMA E VAIDADE DA VIDA

Quem pudesse mostrar o que tem na alma


Pera desenganar em tudo a vida!


Mas não sinto ninguém que trate da alma


E todos a esperança põem na vida.



O Céu é o verdadeiro lugar da alma,


E à terra basta dar-lhe o corpo e a vida,


Pois não podem ter fim os males da alma,


E passam, como sombra, os bens da vida.



Se queremos saber o preço da alma,


Vejamos que pôs Deus por ela a vida,


E viveremos n'Ele, Ele em nossa alma.



O mundo é sonho vão que enlêa a vida.


Quem nele está melhor, tem pior alma,


E quem o desprezou tem alma e vida.



Sonetos, Frei Agostinho da Cruz

3 comentários:

Ana Paula Afonso disse...

Insónias? Bjs

Rebelo disse...

Tenho uma dificuldade enorme, em achar algum sentido nesse soneto. Perdoa-me.

Nuno Miguel Guedes disse...

Não é caso para perdoar, Darcy.