HISTÓRIA DE UMA DERROTA Quer dizer: uma pessoa argumenta, primeiro com serenidade. Que a data é um disparate, mas qual Valentim, que faz tanto sentido como festejar o 4 de Julho ou queimar efigies do Guy Fawkes.
Ela ouve.
Passa-se ao paternalismo: que até no Brasil, meu Deus, no Brasil, a data se comemora como deve ser, no dia 12 de Junho, dia de Santo António.
Ela ouve.
Já de indicador em riste, diz-se que podemos ser anglófilos, mas temos orgulho em ser portugueses. Que tudo não passa de uma conspiração do Loureshopping aliado ao grupo Dolce Vita para vender peluches com corações. E que não se fala mais disso.
Ela ouve. E sorri.
Vinte minutos depois, percorremos aflitos as lojas de um centro comercial, lado a lado com irmãos que sofrem, que partilham connosco o olhar da mais doce das derrotas.
5 comentários:
Mas confessa que uma pequena lembrança numa data qualquer não é tão bom?!?
Aí é que está, minha cara: num dia qualquer. Num dia qualquer que não o indicado não sei por que carga de água. Mas pronto, ~estou longe, muito longe de me poder queixar...
E sempre se pode queixar, à DECO por exemplo!
No final do dia alguém avisou que o santo anadava aí... ah! que bom é estar onde os centros comerciais não existem e, aparentemente, o dito Valentim não é celebrado. Bjs
A coisa é relativamente recente por cá. Que me lembre, começou quando abriram as Amoreiras, em 1985, com os lojistas a despejarem postalinhos com corações. Alastrou nos anos seguintes, agora é a praga que se vê. E que nada tem que ver com o significado da data nos EUA e com os hábitos a ela associados. Até é mais uma questão de cartões, os tais Valentines.
E homem que me oferecesse um peluche levava com ele na cara.
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