CLIFFORD BROWN
Um dos raros registos vídeo (o único?) de uma actuação do maior trompetista de todos os tempos: Clifford Brown.Neste pequeno medley de Lady Be Good - Memories Of You (um burner e uma balada) nota-se desde logo a impossível clareza e precisão das frases, numa velocidade de execução e pensamento inacreditáveis.O solo em Lady Be Good é disso um excelente exemplo, com uma complexidade de estrutura inesperada e belíssima.
A lenda diz que Miles Davis suspirou de alívio quando Brown morreu. Não era para menos: em 4 anos apenas, trabalhando com Max Roach, acompanhando Helen Merrill ou Sarah Vaughan e também como líder dos seus próprios combos, a estrela de Brown brilhou com um imensíssimo fulgor. Junte-se a isto um repúdio ao estilo de vida errática de que Charlie Parker foi o mentor trágico e involuntário.Brown não se drogava, não bebia e o seu único vício era o xadrez. Esta aparição data de principios de 1956 e é particularmente comovente no final, quando Brown fala com terno orgulho do filho recém-nascido. Meses depois, em Junho, morre num acidente de viação quando ia para um concerto em Chicago. Tinha 25 anos. Deixou o jazz mais rico, e um estatuto ainda inatingível.
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