Então agora assuntos sérios:
a célebre corrente 161, que me foi gentilmente inoculada por esta senhora e este cavalheiro. A quinta frase da página 161 de um livro que ando a ler e que me está mais geograficamente acessvel as I write é
«His eyes were heavy and dull, with a film of moisture across them and a rim of white along the lower lids»
Acredite-se ou não, é retirado do excelente Michael Palin Diaries: 1969-1979, The Python Years. É preciso gostar do registo diarístico, como eu gosto. O livro mostra, entre outras coisas, as diferentes personalidades dos Monty Python (o conciliador e pau-para -toda-a-obra Palin, o diligente e desconfiado Terry Jones, o hedonista e alcoolico atormentado Graham Chapman, o brilhante mas cauteloso Eric Idle, o perfeccionismo patológico de John Cleese, a inesperada empatia [do meu ponto de vista] de Terry Gilliam. Pelo meio há histórias familiares, episódios delirantes, diálogos ouvidos em vários lugares que são praticamente sketches, a Inglaterra dos anos 70, o clima de medo pelos atentados constantes do IRA,a relação com o sucesso e sobretudo - onde me encontro agora - o choque cultural com os Estados Unidos. Adoro o episódio em que os Python conhecem Leonard Bernstein sob os flashes de dezenas de fotógrafos e o vaidosissimo Bernstein pede a Cleese e Idle para fazerem ali parte de um sketch. Resposta imediata de Idle:
« Claro que sim, desde que nos cante um bocadinho de Beethoven»
A frase citada refere-se ao pai de Palin, que sofria de Parkinson.