segunda-feira, abril 17, 2006
EM MODO DE REPEAT ALL, NA VITROLA CASEIRA, 29, DE RYAN ADAMS. E sim, disse Ryan. '29' devolve o rapaz no seu mais sombrio, com nove canções de ruas escuras, traseiras infectas, cidadezinhas sem esperança, drogas sortidas e amores condenados. Para um compositor tão exageradamente prolífico como o é Ryan (se não me engano 5 discos em 2005), é obra conseguir uma colecção de canções tão equilibradamente boa, oito baladas embrulhadas no seu estilo alt country, uma espécie de Neil Young em bom. Como os melhores discos de raiva e amor, 29 não deve ser colocado ao alcance das crianças. Do rockabilly sujo que abre as hostilidades e que dá nome ao disco, passando por Nightbirds ou Starlite Diner, este é um álbum para os dias chuvosos da alma. Atenção aos excelentes Elizabeth, You Were Born To Play That Part ("calculate the changes that in time/turn to nothing and then multiply/yourself by pain,/and you're not even close Elizabeth") e a supina The Sadness (a minha favorita), um pesadelo espanholado que podia ter sido sonhado por Nick Cave.
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