sexta-feira, setembro 05, 2003

A FESTA DO AVANTE Começou mais uma pitoresca edição da Festa do Avante.Não me intrepretem mal: ainda acho que é um evento memorável e, dada a implacável marcha do tempo, cada vez mais heterogéneo.Tenho boas lembranças do acontecimento:um concerto extraordinário dos Dexy's Midnight Runners na fase aguerrida do Searching For The Young Soul Rebels.Pouco depois, Kevin Rowland descobria o nómada celta de jardineiras e a coisa ficou estragada.
Mas divago.
Foi a primeira reportagem a sério que fiz n'O Independente, e fui acompanhado por dois amigos marxistas da Avenida de Roma - já na altura, das poucas maneiras de se ser marxista. Vi a militância, o carisma, raparigas bonitas mal vestidas e muito pó. E as míticas bancas de Cuba, Angola, Bulgária (estava-se em 1988,crianças:havia muro) e outros países distantes. Fiquei fascinado com a força do discurso de encerramento de Álvaro Cunhal.
Hoje, oiço atrás de mim, numa televisão ligada, o triste discurso do dr.Carvalhas.E a coisa ficou mais patética quando o secretário-geral entra numa ladainha cantada:"Jota Cê Pê, juventude do pê cê, jota...". Mas depois compreendi: como diz o povo, cantar é rezar duas vezes.








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