segunda-feira, julho 21, 2003
IMPRESSÕES DE VIGO Longa estrada. Os rostos cansados e maçados de todos os homens que acompanhavam mulheres e namoradas numa loja de lingerie feminina. A Estrella Galicia fresca, ao fim da tarde. O concerto do Rodrigo, composto. Os músicos em palco, felizes. A violinista Viviana Toupikova, que num impulso não resiste a levantar-se durante a versão vocal de Pasión. O Luís San Payo, que aproveita os seus dois tempos de pausa durante A Estrada para gritar o célebre "Nunca Mais!", frase de combate galega desde o Prestige. Não tinha avisado ninguém. Dois encores, a plateia de pé. O Rodrigo feliz, a encontrar-nos na assistência e a dizer-nos adeus, durante os agradecimentos. O Bar Chabola, tasca galega maravilhosa. O vinho nas malgas. A salada de polvo. A palavra de ordem da noite: Sokoino ("com calma", em russo), ensinada pela Viviana e com as naturais adaptações brejeiras. O San Payo a querer brindar de três em três minutos. A "Kournikova" a cantar o hino russo, já um pouco tocada. Os "orujos blancos", espécie de grappa potenciada ao nível do bagaço. Bebi três e fui feliz. O dono da Chabola, com quase 70 anos, a dizer que não devia haver fronteiras entre o Minho e a Galiza; a mostrar-me o retrato da familia real, assinado, e a confessar que "se não houvesse Rei, não havia Espanha". O bar La Iguana. Coisas que não posso contar. Estilhaços de amizade.
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